Percebe-se hoje que com a dinâmica da Globalização estamos todos em rede como numa teia de
aranha e as relações do mundo com o mundo do trabalho exigem uma melhor
qualificação e escolarização das pessoas. Torna-se imprescindível o debate, a
consciência política e o despertar do senso de responsabilidade social nessa
esfera, para que se possa sobreviver a estes desafios locais, globais e
interdependentes. A Escola passa a ser fulcral para o sucesso de todo o
cidadão cosmopolita. No entanto, a falta de integração dos atores nas unidades
educacionais, verificada a nível mundial, faz com que a Escola não interaja.
Por outro lado, o ensino cartesiano e bancário onde
o conhecimento é transmitido da pior forma na verticalidade e o
professor continua a acreditar que é o único provedor do saber. Nessa corrente,
alunos, professores, coordenadores, diretores e operacionais permanecem todos
estáticos, cada qual nas suas ilhas de atuação. Dividir, compartilhar,
descobrir e absorver com o outro, são atos das redes sociais, mas não
pertencentes do ambiente onde deveriam estar, a Escola. Percebe-se que todos os
intervenientes do espaço escolar não são sujeitos dos seus
conhecimentos,'históricos e
sociais' (Freire, 1997).
A Escola é uma organização aprendente e por
estar constantemente em movimento de descoberta necessita oferecer serviços de qualidade àqueles que dela
usufruírem. É salutar ter uma Escola de boa qualidade que construa conhecimento na sociedade global, informacional e
planetária. Sendo a Escola prestadora de serviços e
lida diretamente com o elemento humano devendo constituir-se como uma
organização Auto consciente. A afirmação de Paro (2005) de que na escola, “o
aluno, não é apenas o beneficiário dos serviços que ela presta, mas também
participante de sua elaboração” (p. 126) como corresponsável na construção de uma Escola dinâmica, democrática e eficaz. O aprendiz, iluminado, é o produto final da organização. A Escola é intencionalmente construída e reconstruída deve atingir objetivos específicos
(Etzioni, 1967). Como um espaço de convivência e de interação único “pode
compreender-se como uma organização plural, ou um mundo de mundos” (Estêvão,
2011, p. 207). Em contrapartida o locus da Escola forma-se pessoas com competências, dotadas de “capacidade de mobilizar
diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação” (Perrenoud,
2000, p. 15). Adverte Freire (1996) que a instituição educativa além de garantir o acesso à
informatização dos alunos deve atentar à formação docente e saciar a curiosidade tecnológica que eles também possuem. Nessa nova
realidade, imposta pela sociedade da informação e do conhecimento a Escola é o local para o nascimento de talentos e de sinergias significativas que promove aprendizagem. No entanto,
todos (intervenientes) demonstram além de competências, compromissos e
intenções para
atingir os objetivos institucionais com uma boa qualidade.
Macedo (2009) alerta para a moldura da Escola onde todos são chamados a aprender e ensinar e que por essa
transformação social e local todos dão seus contributos. O importante
nesta construção coletiva é a fomentação de valores multiculturais e ações inclusivas ao Cosmopolitismo subalterno (Santos,2017). A nossa responsabilidade social é a construção de competências necessárias ao
mundo elevando o nível da justiça social para todos.
Referências Bibliográficas
Estêvão, C. V.
(2011). Perspetivas sociológicas críticas da Escola como organização. In L.
Lima (Org.), Perspetivas de análise organizacional da Escola (pp. 195-223).
Gaia: Fundação Manuel Leão.
Etzioni, A. (1967) Organizações complexas. São Paulo: Atlas, p. 20-9.
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra.
Perrenoud, P. (2000). Pedagogia diferenciada. Porto Alegre: Artmed.
de Macedo, L., Petty, A. L. S., & Passos, N. C. (2009). Aprender com jogos e situações-problema. Artmed Editora.
Paro, V. H. (2009). Educação integral em tempo integral: uma concepção de educação para a modernidade. Educação integral em tempo integral: estudos e experiências em processo. Petrópolis, RJ: DP et Alii, 13.
Santos, B. (2017). Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes.
Santos, B. (2017). Para além do Pensamento Abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes.
"A escola é o espaço de desenvolvimento, de aprendizado, maiormente da acolhida dos alunos e familiares com as suas diferenças e por meio desse olhar diferenciado o conhecimento se constrói, acreditando também que com a competência e domínio a educação se transforma em qualidade de ensino. "O belo é o fio que conduz o olhar por um percurso visual relatando a beleza de estímulos coloridos com as suas vibrações", a escola nos proporciona tudo que é belo e colorido transformando a beleza em estímulos prazerosos". Profª Marisa Susi Feitosa
ResponderEliminarExatamente, Marisa Susi, e é nesse movimento de diferentes cores, sabores, sentimentos, etnias, religiões, gêneros e sinergias que espera-se que este espaço sagrado da escola, seja o primeiro a reconhecer esse multiculturalismo, deixando de querer formar pessoas iguais. Muitos profissionais da escola querem o homogéneo, mas nós somos diversos. A estética, carregada de harmonia, amor, felicidade e boniteza é o fundamento para esse reconhecimento. Muito obrigada Marisa Susi pela sua sensibilidade, e é isto que marca um ativista social.
EliminarO diferencial é evidente, a simplicidade dá-lhe um aspecto coloquial, porém sem perder os altos cabedais de riqueza em seus conteúdos - eis a pérola negra dando mostras do seu conhecimento didático é uma profilaxia para a falida educação brasileira, um dia com o seu retorno muitos entenderão a sua linguagem,e, bem como o meu comentário da educadora, escritora, mestrada e à beira do doutoramento, eis a gestora moderna em renascimento na era contemporânea, a sua capacidade sempre esteve acima de tudo que fosse contrário a melhoria do ensino na República Federativa do Brasil, antes República dos Estados Unidos do Brasil.Toninho Carlos
ResponderEliminarCompetente Jornalista António Carlos de Lima, agradeço imenso os seus elogios, e sim precisamos inovar, principalmente a educação brasileira, que sabe fazer diferente, possui inúmeras experiências empíricas, mas precisa posicionar-se no cenário mundial. Conhecemos as potencialidades de uma Nação através da Educação. Muito obrigada, pela sua extraordinária colaboração.
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